Tuesday, December 29, 2009

Coincidências

E logo eu que sou bastante céptico e que não acredito em milagres… Começo seriamente a acreditar em coincidências. E isto é quase surreal! Vinha a este enorme oceano, quase diariamente numa santa fé à tua procura, já vai fazer quase um ano. E.., para ser sincero, nunca acreditei que fosse possível Começava por ir buscar aquela data de ruptura, que nos separou definitivamente. Mas não encontrava pistas nenhumas, e pensei de resto que te tivesse sido indiferente. Também nem sabia se escreverias. Mas isso tinha quase como certo.., por intuição. Cheguei muitas vezes a achar que estava a ficar maluquinho... Foi por aí, que me começou a bater com mais força… Vi-me apertado, e deixei de fumar. Foi pior. A partir daí caiu-me o mundo em cima, e principalmente o passado... Corroía-me o pensamento, com remorsos e pensamentos… Comecei a flipar da cabeça. Fiquei obcecado com o projecto da nova loja, que de resto ia de mal a pior, e tentei salvá-lo, abstraindo-me de tudo. Mas dava por mim a pensar em tudo menos nisso. O que me custava era deixar morrer um sentimento, sem nunca chegar a saber nada do outro lado… Depois pensei melhor, e lá fui tentar uma reaproximação. Mas baldei-me de tal maneira, que saiu furado dos dois lados… E pelo meio, enquanto lá estive, também me pareceu que não ia ser nada fácil, o objectivo principal. Pensei que tudo estivesse já mais calmo, mas não estava. Contas feitas, lá engoli o sapo , e consegui salvar o principal, mas que ainda não está salvo de todo… Muito pelo contrário. O que me lembra, tenho de fazer qualquer coisa, senão arruíno a minha vida mesmo de vez… Mas agora já tudo parece diferente...

Apontava mentalmente aqueles raros diazitos em que te via, por lá ou por aí na rua, e depois ia por aí, à procura de uma referência escrita. Era tipo procurar agulha em palheiro… Lá tinha uma listagem de possíveis casas, e nessa lista surgia essa aí. Embora no princípio, pensei que fosse de outra, e que por aí chegaria até ti. A maior parte das vezes caía na realidade. Impossível. Marias, há muitas. E o mundo é gigantesco. Achava isto tudo uma demência. Não contava a ninguém, que punha sequer tal hipótese. Mesmo assim, havia traços desde o principio, que me levavam a pôr a tua hipótese. Ah, e temos de falar disso um dia. Mas mesmo assim, nunca acreditei que a agulha aparecesse, de facto… Fosse como fosse, depois aqueles dois últimos reencontros tinha metido na cabeça que teria que falar contigo, um dia... Especialmente aquela noite em que passaste por mim, na esquina do Rossio… Nesse dia nem conseguia olhar para ti… Paranóias. Vergonha, principalmente. Achava que me tinha exposto aqui de tal forma, que alguém por lá já me tivesse topado há séculos, e que tu também soubesses… Para ser franco, ainda penso assim. Será isto uma brincadeira? Por causa desses filmes, nem te conseguia olhar, quanto mais ir falar contigo. E depois ainda havia aquele outro, o amigo inseparável. Já na altura, morria de ciúmes... Pensei que nunca iria conseguir encontrar-te sozinha. Pensei também que… Nada esquece. Isso não é da minha conta sequer. O importante é que depois daquele dia na esquina, embora não parecesse, fiquei fulminado com aquele olhar… Tocou-me mesmo lá no fundo. Reincendiou-me naquele momento, e fez ruir aquele mundozinho de suposições em que me tinha escondido. E eu que pensava que até andava a melhorar, e que já me tinha resignado… Naqueles pseudo-diálogos, a razão da doença eras tu... Epá, não consegui tirar aquele olhar da cabeça.. As férias todas, com aquela imagem, sempre na cabeça.. Lembrava-me aquela dos primeiros dias em que te vi. O do primeiro dia em que te olhei mesmo nos olhos… Antes das nossas primeiras palestras... Já passaram anos... Posso parecer ridículo, mas ainda me lembro como se fosse hoje. Tinhas o cabelo comprido, nessa altura. E ia jurar que tinas uma camisola cinzenta, ou coisa assim. Pareço ridículo, mas lembro-me de ter pensado então, porque razão estava uma gaja linda a olhar para um tipo como eu… Pareço não… Sou ridículo. E pior, não tinhas mesmo razões para olhar... Parecia-me amor á primeira vista, se é que tal coisa existiria. Pelo menos, da minha parte. O da esquina também me apareceu assim... Mas ainda mais nítido. Reavivou-me todas essas memórias, aquele momento em que olhaste… E, apesar da dose de serotonina que me injectaste no cérebro, lembro-me de ter ficado novamente a pensar.. “porque razão ainda olha aquela gaja para mim?”… Será que...

Não sei porquê, mesmo depois daquelas que iam e vinham, reaparecias sempre tu na memória... Aparecias-me assim vinda do nada, em sonhos… Sei lá porquê… Muitos deles descrevia-los aqui. Depois um dia.., por pensar que já era mais do que óbvio que me tinham topado, depois de me cruzar com um bando deles, fiz um delete e apaguei esta merda toda. Fiquei triste porque podia ao menos ter feito uma cópia para mim. Gostava que os tivesses lido. Também de resto, pensava que não iria valer de nada… Se calhar já me tinhas topado, há séculos… E eu que até sou tão discreto.. Or not… Ah, voltando a um ponto crítico. Uma das razões que me levou a desaparecer, foi pensar que já estavas perdida. Para aquele outro. Mesmo assim, não sei se não estarás. Não sei por quem, nem sequer me dirá respeito. E se estiveres, espero que continues… Espero que faças o que achares por bem... Eu também não sou exemplo para ninguém. Apesar de que cheguei a um ponto, em que me fartei de tudo… E de todos. E depois isolava-me, queria ficar sozinho, longe de tudo, e desistir... Mas aparecias-me tu. Sabe-se lá como... Tudo o resto evaporava-se em pouco tempo, e no final ficavas apenas tu. Não por desespero, como dizes, ou por não ter mais ninguém. Simplesmente porque sempre lá estiveste, e nas camadas mais fundas, mais sedimentadas. E o meu subconsciente elegia-te, vá-se lá saber porquê… E tu sabes. Já o resto do corpo, por vezes transformava-me num anormal, sujeito aos desvios do vento. Mas acho que nunca te consegui esquecer, e acho que sempre o soubeste… Mas nunca acreditei de facto em algo mais, apesar de o ter desejado tanto... Por falta de auto-estima, por não me conseguir imaginar a romper aquela rotina. Acho que precisava mesmo de tirar umas férias... O que parecia mais fácil, parece sempre mais provável. Oh gaja, só eu sei… Eu e os poucos que me aturavam, quando estava perdido de bêbado… "Ouve lá, quem é a fulana X?" Isto é mesmo surreal… Tudo.. Esta história toda... Depois tenho de apagar isto, está demasiado evidente. Apetecível mesmo, para tablóides sensacionalistas… Olha. Mas não te preocupes com nada... Não penses muito.... Não vamos fazer nada... De resto, nem sei o que faria.. Quer dizer... Mais ou menos... Sinto-me bem... Estou feliz. Nem sabes o peso que me sai da consciência… Isto seria um pesadelo que carregaria por muito tempo comigo, sem poder partilha-lo com ninguém que me compreendesse... Para teres uma ideia.., acredites ou não, passei todas as noites à procura de ti, pelos sítios onde te encontrei das últimas vezes. Contava os dias, tentando adivinhar quando voltarias... Isto é, se alguma vez voltares cá... E de resto lixei-me fortemente, porque não consegui fazer mais nada…

E mesmo agora, quando releio aquilo, ainda fico com dúvidas que és mesmo tu, e que aquilo será dirigido a mim, e não a outra pessoa qualquer que julgues estar aqui. Por via das dúvidas, estão lá os meus dois do meio. E ainda bem, que aquela lotaria que fiz do teu, me saiu furada.. Foi mesmo sem querer... As coincidências são mesmo uma coisa engraçada... De outra forma, nunca o saberia... E aqui entre nós... Acho que já corri os perfis do país inteiro, á tua procura... Daquele dia que lá estive, não o consegui relembrar... Fiquei mesmo lixado por não o ter apontado. Não digas a ninguém. Epá, e aquilo que disseste era mesmo para mim? Bolas, ainda me custa a acreditar... Fogo, será que sou mesmo otário, e o cúmulo da desauto-estima, ou tu eras, e és, uma excelente actriz? Não terás tu feito uma confusão com nomes? O mundo é assim de facto tão pequeno? Se é mesmo, ainda o sentes? Ou será tarde demais? Que cena marada.. E agora?

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