Friday, December 09, 2005

Revi a Malvada Prima


Esta quinta revi uma das primas malvadas...
Aliás, revi duas...
São mais do que duas aliás, mas as outras ficarão para uma próxima vez...
Todas têm o seu encanto , todas me provocam desejo...
Gostava de as ter todas, possuindo cada uma todas as noites...
No entanto, não sou nenhum sultão, para desespero dos meus desmesurados impulsos mais selvagens...
Se me perguntassem qual desejo mais, responderia qualquer uma. Não, todas e nenhuma...
Apenas uma há, que teima em deixar a minha cabeça...
Já lhe dei ordem de expulsão há dois meses, mas não há meio de desaparecer...
Mas essa história, fica para uma próxima oportunidade...
Revi-as e desrevi-as. Au revoir, ou até breve, não se sabe...
Neste jogo não há certezas...

A primeira prima malvada, Magda, revi-a na escola...

Depois destas férias nojentas, em que me limitei a vegetar, sem se ter passado nada digno de registo, foi com um enorme prazer que recomecei as aulas. Apesar de só ter dormido três horitas, lá me levantei. Depressa me arrependi também. O meu entusiasmo bateu logo de frente com um velho estúpido, snob e ignorante (ainda por cima mal-educado como tudo), que me calhou neste segundo semestre. Proclama-se o decanto (a ratazana mais retrógada e ultrapassada) da faculdade, e diz que ao contrário de nós, jovens ignorantes, ele sim tem cultura geral, porque sabe responder às perguntas do quem quer ser milionário, e já visitou o Egipto. Ao contrário de nós, que diz termos vindo todos de um meio pequeno para uma cidade, ela veio do Porto. Que bom para ele! Porque será que não volta? É um forreta a dar notas e não tem problemas em chumbar alunos. No tempo dele não era assim, e diz que se matava a estudar. Pena que isso não o tenha matado mesmo...
Falou novamente do quem quer ser milionário. Uma qualquer espectadora não soube responder a uma pergunta tão fácil, que ela sabia tão bem, disse. As pessoas são tão ignorantes. Perguntou novamente se alguém já tinha visitado uma qualquer capela numa perdida aldeia francesa, e ficou chocado ao saber que não.. Repetiu novamente as histórias vezes sem conta, e parecia não conseguir acreditar que ninguém nunca tinha visitado uma merda duma capela com umas colunas ninguém sabe como, que ele tão bem guarda na memória até hoje. Não quero imaginar o que de mais interessante teria para contar...
Estava incrédulo. Referia que esta juventude não conhece nada, e recomendou que devíamos visitar aquilo o mais depressa possível. Queixou-se novamente da falta da nossa cultura geral, e perguntou se alguém tinha visto o "Quem quer ser milionário", que agora já não se chamava assim. Que injustiça, mudaram o nome e o programa! "E ninguém viu ontem? Não viram aquele senhor que não sabia o que era não sei o quê? Que escândalo! Ninguém viu mesmo? Ninguém tem cultura geral hoje em dia..." Depois descreveu novamente em pormenor o caso do senhor ignorante e depois disse que devíamos fazer todos um doutoramento, porque era a coisa mais linda do mundo... Despejou a matéria de forma mecanizada, pôs toda a gente a dormir, e acabou a aula, lamentando a nossa falta de cultura geral...

A pequena sala de aulas é formada por sete filas de carteiras. Costumo ficar sempre nas últimas . Uma das primas malvadas costuma ficar sempre á minha frente. Reparei que ultimamente, se tinha passado para as filas da frente. Agora parece que regressou...

Costumo trocar olhares com outras primas mais afastadas, mas esta é especial...
Tenho andado a evitá-la, e neste ano não lhe dirigi uma única palavra ou sequer olhar...
Foi das poucas pessoas com quem ganhei confiança, no meio daquela normalidade toda, porque me pareceu diferente... Estava muitas vezes sozinha, e parecia distante. Chegámos a falar muitas vezes e reparei que simpatizou comigo... É a mais bela daquele sítio e arredores na minha opinião, e é sem dúvida a única que me despertou os meus qualquer coisa nos meus instintos mais primitivos, mas não só... Estranhamente, não só...
No entanto, não dá muito nas vistas, para os mais distraídos. Veste-discretamente e não se pinta. Apesar disso, tem um aspecto angélico, puro, virginal, que me apetece descobrir. É depressiva, sem dúvida...

A Magda tem um corpo perfeito, de modelo, e umas pernas, ancas e seios divinais. Uma única vez levou um ligeiro decote, e apanhou-me a espreitar para dentro enquanto falava com ela. Reparou e sorriu subtilmente. Tem os cabelos longos e -----, muito lisos e macios. Dá vontade de toca-los e brincar com eles. Foi a última vez que o usou, e foi também essa a última vez que falei com ela...
É alta. Não é mais que eu, porque uma vez levei sapatilhas para fazer a experiência. Não foi a primeira vez que fiz experiências rídiculas como esta. A pele é muito branca, e tem um olhar especial e misterioso que atrai o meu como um íman. Dizem que o mito da gaja ideal não existe, e que não passa de uma ideia abstracta e subjectiva. Mas foi o que senti quando a vi pela primeira vez. Algo em mim reagiu muito intensamente. Subiu-me um arrepio pela espinha, e pensei é aquela. Seria a mulher ideal para mim... Mas... Uma vez pedi-lhe ajuda para um trabalho, e começou a pôr mil problemas. É óbvio que eu ia fazer plágio. É óbvio que não pensei que ela fosse reagir daquela forma, pois imaginava-la completamente diferente. Respondi-lhe que não voltava a incomodar e cumpri. Não lhe devolvi a disquete. Pensei usa-la como desculpa para abordá-la. Acabou no lixo, e enterrei completamente no assunto... Beleza exterior?
Antes disso costumava cumprimentá-la sempre que passava por ela. Cheguei até a armar-me em bom samaritano e uma vez acompanhei-a a casa... Pelo caminho disse que tinha tido uns problemas quaisqueres na adolescência dela, mas não se alongou muito mais na conversa. Não me convidou a entrar. Também não pedi para descrevê-los...
Foi o período que estive mais perto de descobrir qualquer coisa.. Depois, falei com ela para arranjar cópias de apontamentos, mas recusou, justificando que já as tinha emprestado a alguém, e que já não dava tempo porque faltavam dois dias para acabar as aulas. Assim fiz. Percebi a deixa e segui o conselho. Não arranjei as aulas, mas fui tentar noutro lado. Acabei por ter sorte, literalmente, sem estar à espera...
Sem perceer muito bem como, estava na cama com uma pseudo-gótica. Chamava-se Sónia. Pinámos na mesma noite em que nos conhecemos. Estávamos com um grupo de amigos comuns. Andava desesperado e ela também. Já nos tínhamos visto, mas nunca tínhamos falado. Nessa altura, até a achava atraente e rebelde. Nua por fora e por dentro, especialmente por dentro, perdeu todo o encanto... Falámos, bebemos e fumámos droga toda a noite, num bar. Depois fui levá-la a casa, na despedida beijou-me e depois fomos para minha casa entregarmo-nos ao desejo. Ela não fumava nem bebia, por uns argumentos quaisqueres, e também não era grande conversadora. Só tinha 20 anos. Seguia aquilo do gótico mesmo à letra. Perguntei-lhe porquê e não me soube responder. Perguntei-lhe o que era e também não soube. Limpou a meu pedido a pintura e ficou muito mais gira, muito menos artificial. Mas nem assim tinha aquele brilho... Era bonita, mas não me atraía. Não foi grande foda. Sempre tinha tido a tara de ir com uma gótica daquelas mesmo fanáticas... A primeira foi mesmo má. Tinha prometido a mim mesmo não voltar a repetir, mas uma semana foi outra para redimir a primeira. Foi melhor, mas ainda assim não foi grande coisa. Da primeira vez estava tão bêbado, que depois caí para o lado, sem repetição... Foi a primeira vez que me aconteceu e fiquei admirado. Não era do álcool. Na segunda vez fiquei com a certeza. Ainda assim fiz as pazes comigo próprio, tentando compreender tudo aquilo, assim tão a frio... Depois fiz um charro, e senti-me bem. Fumei-o e pensei que se ela fumasse também se sentiria. Mas ela não fumava. Era fria, fechada e não muito descontraída. Também não era o meu género. Fiz tudo para pô-la bem disposta, mas há pessoas que simplesmente não conseguem querer desfrutar das ironias da vida... Consegui mesmo assim fazê-la rir e mostrar-se um pouco. Lá me contou umas coisas. Nada de muito interessante. Prometi a mim mesmo não repetir. Ela simplesmente não me atraía.

Com esta minha prima malvada, a situação é completamente diferente. Seduz-me e de que maneira...
Mesmo num plano apenas físico. Já a despi na minha cabeça várias vezes e já imaginei como seria ela... Já fiz vários filmes com ela, e ainda não perdi (na altura que tinha escrito isto, talvez não. Agora está fora de questão) de todo a ideia de um dia... No entanto houve algo que me fez pensar, e ganhar certas dúvidas, quando lhe pedi os trabalhos. Colocou logo problemas, e começa-me a parecer muito picuinhas, ou melhor, egoísta... (mais tarde consegui chegar à brilhante conclusão que devia estar louco...).
Ainda assim, um dia destes, tenho de lhe devolver a disquete. Mas ainda é cedo...
(Isto na altura. A disquete já está no lixo).

A segunda malvada prima, a Denise revi-a na secção...

Como aluno aplicado que agora sou, à tarde também fui às aulas. E sou tão aplicado que nem sabia que as aulas dessa tarde não se iam realizar, como havia sido anunciado. Quem mo disse foi a professora dessa cadeira, que por sinal também é na minha opinião, de longe a mais simpática. Respondeu-me com um sorridente olá, e troquei mais algumas palavras com ela. Não falei mais, porque estava a interromper uma conversa que ela estava a ter com uma distraída como eu. Acho que essa professora é a única que me decifrou à distância. Não foi por acaso, porque notei que também era algo inconvencional. Não costumo falar nas aulas. Recordo-me que na primeira, ela estava a pedir a todos para definirem numa palavra um dado conceito em relação aquela profissão. Todos, estranhamente sem nenhuma excepção, enumeraram adjectivos banais e estéreotipados. Todos se repetiram, e copiaram. Todos se esgotaram em menos de dois minutos. Chegou a minha vez. Inverti a pergunta. Lembro-me que falei bastante enquanto ela ia ouvindo muito atenta, ao mesmo tempo que ía acenando que sim com a cabeça. Só depois disso respondi à pergunta dela. Falei durante cerca de meia hora ou mais. Depois despachou os outros dois que faltavam, e foi a vez dela. Mencionou que eu já tinha dito praticamente tudo, e pouco acrescentou. Deu alguns conselhos, para o futuro, e criticou implicitamente algumas daquelas respostas estereotipadas. No final da aula, deu-me os parabéns e perguntou-me a idade. Subiu-me o desgastado ego (desculpem esta masturbaçãozinha rápida), e eu agradeci hipocritamente, pois apesar de tudo gosto de me manter discreto e detesto falar nas aulas. Mas sou tão bom aluno que não entrei num trabalho de grupo que contava para nota, não fui ás restantes aulas por isso, e nem sequer cheguei a ir ao exame dessa cadeira...

Bem, não interessa. Resolvi não ir para casa. Tinham-me ligado e fui ver o que se passava. Fui admitido para tirar um curso nas artes. Calha em muito má altura, e vai-me servir de desculpa para não fazer mais nada. Seja como for, vou realizar um sonho antigo. Uma das razões pela qual não vou lá há meses, estava lá. Aliás, como sempre. A maior parte deles, não faz mais nada na vida... Não sei como é a vida sentimental daquela gente, mas a muitos deles acho que não sobra tempo para mais nada (o resto do texto foi censurado, uma vez que o blog está a perder o estatuto de anónimo aos poucos). Já estive quase um ano sem sexo, e dei mesmo em maluco... Nunca tive mais do que isso, porque em último caso recorria ao "ex lovers sex"... Era bom sexo, mas não há mais a dizer...

Penso que é o caso desta minha prima malvada. Encontram naquela organização uma certa forma de projecção pessoal, e vão continuando, para poderem ir vendo todos os dias aquelas pessoas com quem desejaria provar mais do que tudo. Sei disto porque andei lá durante bastante tempo. Mas eu, ao contrário delas não conseguia aguentar esse mero desejo por muito tempo, e volta e meia, por mais que uma vez fazia umas férias, para resolver o que não podia esperar mais. Mesmo quando acabava por não resolver nada. Não aguentava era vê-las tantas vezes, paixões platónicas auto-destrutivas... No entanto sei que perco algo, por outro lado. É numa paixão platónica que tudo sabe melhor, e é mais intenso... O pior é que nunca se chega a vias de facto. Por isso mesmo se chama platónica. Utópica também não seria má descrição...
Desde que deixei a droga ando bem pior. è uma seca, e o desejo sexual aumenta em flecha. Desta vez, as férias já duram desde Novembro, altura em que deixei aquela merda. Em parte por causa de duas gajas lá... Platonices sim, foi por isso que fugi...

Tive lá duas grandes paixões. Esta Denise, foi a minha primeira, numa dessas alturas em que já estava há demasiado tempo sem falar com uma rapariga. Sofria já de uma depressão crónica e prolongada, alimentada a charros tomados diáriamente, em doses sucessivas, até ao ponto de ficar sem saber quem era, e o que fazia ali. Vivia como um vegetal, e não pensava. O objectivo, aliás, era esse... Durante um ano ou mais, depois do último pesadelo com a minha ex tinha medo de olhar para uma mulher nos olhos, e a Denise foi a primeira a acordar-me. Desde o meu primeiro ano aqui tinha sido uma sucessão de tragédias, e um isolamento cada vez maior, de mim e do mundo...

Tentava recuperar a minha vida agora um ano depois. E uma nova mulher, porque não? Mas os meus complexos eram agora ainda maiores que por altura dos meus 14. A Denise foi a primeira mulher por quem senti alguma coisa, no espaço de anos. Tinha ficado num estado deplorável... Foram precisos dois anos para me permitir aos poucos muito timidamente, sentir fosse o que fosse. Mas durou apenas um ano. E a minha falta de segurança, traumas antigos e muita droga levaram a que fosse desaprendendo tudo a pouco e pouco... Também meteu outra paixão, lá pelo meio, no mesmo sítio. Mais intenso. Mas se bem que sentia que podia amar a Denise, a Sandra era uma atracção arrebatadora e repentina muito intensa que não fazia a menor ideia de como iria terminar. Mas cheirava-me a tragédia. Era doida como eu... Mas sentia ciúmes. Ela gostava de um tipo qualquer lá do sítio e fazia tudo por ele. Eu estava doido por ela e a solução foi sair de lá. Aguentei esta paixão dois anos. E estava dividido, amava Denise mas estava apaixonado por Sandra. Confuso, não? Inventei uma birrinha esfarrapada qualquer, daquelas que nem faz bem o meu estilo, e até hoje... Já tinha partilhado segredos escondidos com ambas..., e até em simultâneo. É aliás a coisa que me dá um enorme gozo. Cria-se logo um sentimento de empatia e de intimidade. Cria-se também aquele sentimentalismo que não existe no nosso estado normal. As drogas libertam o amor. Está até provado que a cocaína liberta as mesmas substâncias químicas no cérebro do que a paixão. Imaginado, seria perfeito....

Mesmo passados mais de dois anos, desde que vi a Denise pela primeira vez, bastou-me vê-la para ficar com todos os meus sentidos em alerta. É muito simpática e delicada. Parece extremamente sensível e inteligente. Gosto particularmente dos seus cabelos côr de avelã. Deveriam saber a caramelo... O seu olhar e a sua voz deixam-me a derreter... Os seus olhos são ternos e parecem pôr o meu cérebro dormente... A sua voz meiga, suave, de menina, enfeitiça-me e deixa-me estático. Parece que fico pedrado quando a ouço, e sinto-me a flutuar... Recebia-me sempre de braços abertos e com um sorriso de orelha a orelha. Não sei se chegou a sentir alguma coisa por mim. Já pensei que sim, já pensei que não.Se sentiu não foi nunca algo muito forte. E candidatos não devem faltar. E todos eles, bem mais assíduos e bem comportados do que eu. Que sejam felizes. Já ficou tudo lá atrás... Seja como for, este longo devaneio serviu para qualquer coisa. Para me lembrar que estas férias delas já vão demasiado longas...
Vou voltar! (Acabei por não regressar.)

0 Comments:

Post a Comment

Subscribe to Post Comments [Atom]

<< Home